A chegada da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) representou desafios industriais para o Brasil, e a Nansen não se deixou abater. O dr. Nansen, por iniciativa própria, foi ao Rio de Janeiro, então capital federal, e ofereceu sua fábrica para participar do Esforço de Guerra. O compromisso, assumido junto ao Exército Brasileiro, era um desafio tecnológico mesmo para uma fábrica de instrumentos de precisão: construir um temporizador preciso para projéteis utilizados em baterias antiaéreas.
O projeto original do temporizador foi fornecido pelo Exército à Nansen e a uma outra companhia. O desenho, baseado em arquivos conseguidos em batalhas contra o Exército Alemão, não se encaixava. Ao longo do desenvolvimento do temporizador, os engenheiros da Nansen perceberam que o temporizador não funcionaria adequadamente caso seguissem o projeto inicial. Logo, concluiu-se que os alemães provavelmente previram a espionagem industrial e infiltraram arquivos incorretos de propósito.
O contratempo não abalaria os ânimos do fundador da Nansen. Dentro do prazo estipulado, a fábrica conseguiu desenvolver um novo projeto e participar dos testes realizados pelo Exército, no Rio de Janeiro. A outra fábrica selecionada para desenvolver o temporizador balístico seguiu à risca o que estava estipulado na documentação dos engenheiros alemães e o produto entregue fracassou na bateria de testes. A Nansen, já com mais de uma década de experiência com instrumentos de precisão, obteve êxito na empreitada e passou a integrar o Esforço de Guerra no Brasil.