Belo Horizonte foi o local escolhido pelo o dr. Nansen Araújo para tratar sua esposa Margarida, que sofria de tuberculose no final da década de 1920. Apesar dos esforços da equipe médica, Margarida faleceu quatro meses após o nascimento do único filho do casal. Após a morte da esposa, e embora tivesse um futuro promissor como médico, o dr. Nansen ficou desgostoso quanto à profissão, e decidiu deixar a carreira. O luto foi o momento de repensar seu futuro.
Visionário, o dr. Nansen acreditava na importância da educação e vendia filmes educativos para colégios. A proposta de modernizar o sistema educacional com a utilização de recursos inovadores era recente. Convivendo com professores trazidos do exterior pelo governo de Minas, dr. Nansen vislumbrou um possível desdobramento para sua carreira: a fabricação de instrumentos científicos. Naquela época, esse tipo de material era trazido exclusivamente do exterior, a preços altos. O dr. Nansen percebeu nesta lacuna uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional.
Inaugurada em 22 de agosto de 1930, a Fábrica Nacional de Instrumentos Científicos Nansen produzia, artesanalmente, objetos simples, como afastadores de língua e pinças. A fábrica consistia em um barracão localizado no bairro Serra, e o dr. Nansen trabalhava com apenas um funcionário. Em pouco tempo, a Nansen começaria a fabricar, também, camas para hospitais, escalas para termômetros, aparelhos para aferir pressão e outros instrumentos relativamente simples.
Extremamente dedicado ao trabalho, o dr. Nansen não hesitava quando recebia sugestão de médicos sobre a fabricação de novos produtos. Em poucos anos, a pequena fábrica chegaria a ter cerca de 60 aparelhos de precisão em seu portfólio. A dedicação e o pioneirismo do dr. Nansen e de sua pequena fábrica foram, portanto, um serviço à indústria nacional e à ciência.